Bem antes do incêndio desta sexta-feira, que gerou a morte de dez jogadores, as condições estruturais das categorias de base do Flamengo se tornaram tema de uma disputa judicial com o Ministério Público do Rio de Janeiro {MPRJ) desde 2015. Uma ação civil pública que ainda está em tramitação foi aberta para que o clube melhorasse a situação dos jovens jogadores que precisam morar no Ninho do Urubu. Na petição inicial, a Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude chegou a citar que as condições oferecidas aos meninos rubro-negros "são inferiores até mesmo àquelas ofertadas aos adolescentes em conflito com a lei que cumprem medida socioeducativa em unidade do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase)". A Justiça do Trabalho também se pronunciou por entender que os atletas e o Flamengo tinham relação de trabalho e terão que ser indenizados. Passada a dor causada pela morte de dez meninos que sonhavam em um dia chegar o time principal do clube, que uniu todas as torcidas rivais num grande abraço de solidariedade, a Justiça precisa definir o quanto antes as responsabilidades pela tragédia que enlutou tantas famílias. Já é do conhecimento público que o alojamento que pegou fogo não tinha permissão para funcionar conforme laudo do Corpo de Bombeiros que atestava ser o local destinado a um estacionamento. Além de ser instalado em um container, vídeos mostraram que os que escaparam da morte saíram por uma única saída. Os alojamentos das categorias de base do Vasco e do Fluminense também são questionados pelo MP. Que todos os clubes sejam de imediato responsabilizados pois lidam com vidas humanas, e bem jovens.
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