Essa agora é para deixar todo mundo espantado. Tem membro do governo de Michel Temer querendo limpar a barra do maior líder do PT. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou na última sexta-feira, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que não teve conhecimento de qualquer atuação criminosa do ex-presidente Lula durante o governo do petista, quando foi presidente do Banco Central (BC). Meirelles foi ouvido por Moro na condição de testemunha de defesa de Lula, em um dos processos a que o ex-presidente responde na Operação Lava-Jato. No depoimento realizado em videoconferência, o ministro da Fazenda afirmou que foi convidado pelo petista para comandar o BC em um momento de crise no País. Segundo contou, ele aceitou o convite com a condição de que o Banco Central tivesse independência de ação, logo depois de ser questionado pelo então presidente se era possível enfrentar a crise, acrescentando que sempre teve independência para tomar decisões, mesmo com as divergências que sugiram entre ele e outros representantes do governo, na época;
Em um momento do depoimento, a defesa do ex-presidente questionou Meirelles se ele teve conhecimento sobre qualquer atividade suspeita ou ilegal do petista em seu mandato. O ministro afirmou que sua relação com o então presidente “era totalmente focada em assuntos relativos ao Banco Central e à política econômica. "Nunca vi ou presenciei nada que pudesse ser identificado como algo ilícito", destacou Meirelles. Ele ressaltou, ainda, que não percebeu qualquer indício de compra de apoio parlamentar ou mesmo da existência de uma estrutura criminosa comandada pelo presidente durante o período em que permaneceu à frente do Governo. “Em momento algum eu tive qualquer tipo de conhecimento ou interação sobre outros assuntos que não fossem aqueles de atividade direta do Banco Central”, finalizou. Como se recorda, Henrique Meirelles havia sido eleito deputado federal em 2002 pelo PSDB de Goiás e renunciou ao mandato para aceitar o convite de Lula e presidir o BC. Parece que a afinidade entre os dois permanece até hoje.
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