Selma Arruda, 54, juíza da 7ª Vara Criminal do Estado de Mato
Grosso, é comparada com o juiz Sérgio Moro, comandante da Operação Lava-Jato. A magistrada tinha
planos de pular Carnaval no domingo, mas, para isso, precisava levar seu
“bloco” particular. É que Selma Arruda, não dá um pulo fora do cordão de
seguranças que a cerca 24 horas por dia. Ela lembra: “Ano passado
deu um nó danado com os seguranças. Queria ficar mais, mas eles acharam melhor
eu voltar para casa”. Como Sergio Moro, a juíza Selma Arruda é
conhecida por ser dura e não hesitar em manter prisões preventivas. Os
juízes que escrevem as decisões das duas operações têm perfil parecido: “caneta
pesada”, na visão dos advogados de defesa da denominada Sodoma;
Quatro policiais grandalhões escoltam a juíza de 1,50 metro, que
se destaca sobre saltos altíssimos, colares e pulseiras reluzentes. Ganhou a
guarda no ano passado. Como Sergio Moro, Selma Arruda é conhecida por ser
dura e não hesitar em manter prisões preventivas. Os juízes que escrevem
as decisões das duas operações têm perfil parecido: “caneta pesada”, na visão
dos advogados de defesa da Sodoma. Também como Moro, virou celebridade no
Estado e é aplaudida na rua e reconhecida e apoiada por nove em dez
cuiabanos. Foi nessa época que as ameaças a ela ficaram constantes. A
juíza decretou a prisão de Silval Barbosa, do PMDB, que governou aquele estado
entre 2010 a 2014 e de outros poderosos de Mato Grosso, investigados pela
Operação Sodoma. Apelidada de Lava-Jato pantaneira, ela apura desvio em
compras de terrenos, fraude em licitações e propina para cobrir custos de
campanha. São tramas que se desenrolam com delações premiadas, conduções
coercitivas, interceptações telefônicas e prisões preventivas. O homem
tinha acabado de depor em uma ação que apura desvios de R$ 60 milhões do
Legislativo, supostamente capitaneados por José Riva (PSD). O ex-deputado
presidiu a Assembleia mato-grossense por duas décadas e carrega o apelido de
“maior ficha-suja do país” por responder a cem processos;
A magistrada diz que é uma “falácia” dizerem que o Brasil
encarcera demais, é contrária às audiências de custódia e defende penas duras. A
juíza recebe cumprimentos até mesmo de testemunhas durante audiências que
instrui. Terminado seu depoimento no último dia 22, um gerente de
concessionária levantou-se e olhou para a magistrada, no centro da mesa e
disse: “Tenho orado por
você e sua família”. Mas existe algo que a diferencia de Moro: ela
evita dar entrevistas. A juíza mato-grossense era presença frequente em
programas da TV local. Chegou a
postar vídeos em que convocava cuiabanos a protestar a favor das “Dez Medidas
Contra a Corrupção", e discursou em um trio elétrico com a faixa “Somos
todos Moro”, em 2016, mas anunciou que decidiu cancelar suas páginas do
Facebook, atribuindo a decisão a ataques por tentar “aplicar a justiça e as
leis contra os poderosos neste Estado”. Mais uma que se junta a Marcelo Bredas
e atua na Justiça "à imagem e semelhança" de Sérgio Moro.
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