Um dos assuntos que mais se discute hoje em
especial nas redes sociais é a prisão domiciliar de Adriana Ancelmo, mulher do
ex-governador Sérgio Cabral. Trata-se de um benefício amparado por lei, e o
juiz Marcelo Bretas agiu corretamente, embora ele devesse aproveitar a ocasião para
liderar uma campanha junto aos demais magistrados para que façam a mesma coisa
com detentas sem o mesmo poder aquisitivo de Adriana. Mas o fato traz motivos
para ser questionado, porque configura privilégio e discriminação. Convém lembrar
que filhos dela sempre foram acompanhados pela governanta, que cuidava de tudo.
Só agora ela percebeu que eles sentem falta dela? Nas constantes viagens dela
para o exterior, quando as crianças eram bem mais novas, eles nem se lembravam
da mãe? Enquanto gastava milhões de reais de dinheiro público comprando joias e
roupas de altíssimos valores, ela certamente achava que nunca iria para trás das
grades, acreditando na impunidade que sempre existiu no Brasil, mas que a
Operação Lava-Jato está mudando as ações sobre o assunto e pondo na cadeia
muitos figurões políticos;
O que se reclama com veemência e que não receba
o mesmo tratamento uma mãe que tenha roubado um pão ou uma banana para
alimentar um filho com fome. Ela não pode sequer seu filho, que acaba sendo
encaminhado para um abrigo e ser cadastrado para adoção. Outro argumento dos
que protestam é que somente no Brasil uma detenta seja solta para ficar com
filho menor de 12 anos, mesmo tendo roubado dinheiro público, prejudicando
milhares de famílias. Depois da revogação da soltura pedida pelo Ministério Público
(MP), uma desembargadora com laços de amizade com Sérgio Cabral concede uma
liminar diretamente de Paris, determinando que a ex-primeira-dama fique em casa
sem contato com o mundo exterior. É muita ingenuidade ou crença numa idiotice
coletiva que acredite no cumprimento de tal norma. Por fim, uma indagação: se
um dos filhos tem 11 anos, quando ele completar 12 Adriana Ancelmo volta para o
xadrez?