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29 de dezembro de 2015

O governador Pezão tomou hoje duas 'bolachas' na cara

  • As bochechas do governador Luiz Fernando Pezão devem estar ardendo. É que ele tomou dois nenhum prazo esculachos em artigos publicados na edição de hoje de 'O Globo' que soam como verdadeiros tapas na sua cara. O primeiro foi dado por seu xará Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, presidente do Tribunal de Justiça do Estado Rio de Janeiro (TJRJ). Com o título "Amnésia seletiva", o magistrado discorre sobre a decisão que manda o governador pagar os funcionários do Judiciário até o dia 30. como estava previamente estabelecido; 
  • O outro artigo é do jornalista Cid Benjamin, intitulado "Chama o ladrão", que critica a aprovação pela Assembleia Legislativa (Alerj), na último dia 16, em concluiu com o presidente da Casa, deputado Jorge Picciani, de projeto de Pezão concedendo um subsídio de R$ 39 milhões para a SuperVia pagar sua dívida de energia elétrica com a Light. A SuperVia, por coincidência', é controlada pela Oldebrecht, aquela empresa toda enrolada na Operação Lava-Jato;
  • A resposta à ironia de Pezão afirmando que o presidente do TRRJ mandasse um carro-forte com dinheiro junto com as liminares para que ele possa pagar amanhã os salários dos funcionários do Poder Judiciário e do Ministério Público (MP) veio 'na bucha': "Só do Tribunal, ele já recebeu dois deles, perfazendo um valor R$ 7 bilhões e 300 milhões. O primeiro, em dezembro de 2014, e o segundo, em maio deste ano, para poder pagar aposentados e pensionistas não só do Judiciário. Do primeiro montante, já venceram R$ 200 milhões, sem que o compromisso fosse honrado". O presidente do TRRJ destaca que aos cerca de 15 mil funcionários da Justiça - 859 são magistrados - não foi dado nenhum prazo para planejamento familiar (matrícula escolar, aluguel, condomínio e outras obrigações), sendo avisados na véspera do Natal, como o restante do funcionalismo estadual;
  • No caso do subsídio à SuperVia, Cid Benjamin critica a justificativa de Pezão, considerando-a surreal: o aumento das tarifas de energia elétrica foi maior do que o previsto, afetando o lucro da empresa. Escreveu ele: "Ora, o aumento das contas de luz onerou a economia de todos os consumidores. Por que o socorro apenas à SuperVia?" Respondo eu: coisas tramadas por Pezão Cabral e Picciani não deixam nenhuma dúvida. Sempre tem algo escondido nas entrelinhas;
  • O Estado do Rio de Janeiro está jogado às traças. Convém ressaltar que no mesmo dia da aprovação do 'presente' de Natal dado por Pezão a Alerj rejeitou proposta para que não houvesse aumento das tarifas da SuperVia durante 2016, que havia sido de iniciativa do governador. Mais um detalhe: a SuperVia pertence à Odebrecht, empresa toda enrolada na Operação Lava-Jato. Cid Benjamin conclui: "Francamente, só mesmo lembrando a música de Chico Buarque: Chama o ladrão, chama o ladrão!"

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