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10 de dezembro de 2015

A Câmara dos Deputados volta a ser palco de baixarias

  • A Comissão de Ética da Câmara dos Deputados está seguidamente mostrando que a Ética só faz parte de seu nome. Ontem, mais uma sessão do colegiado foi suspensa - foi a sexta vez -, por causa de um tumulto cheio de baixarias, com gritos, empurrões, cabeçadas e outras cenas mais adequadas às lutas do UFC. Hoje houve outro round, numa briga envolvendo os deputados Zé Geraldo (PT-PA) e Wellington Roberto (PR-PB). Oi motivo foi o questionamento de Paulo Azi (DEM-BA) sobre se havia um requerimento para que o conselho pedisse o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara, por acusações de que ele estaria usando o cargo para atrapalhar o andamento do processo contra ele. Os dois partiram para o enfrentamento físico após acusações mútuas de que um teria tocado o outro;
  • Na sessão, foi oficializado o novo relator do processo de cassação do deputado, Marcos Rogério (PDT-RO), que substitui Fausto Pinato (PRB-SP), destituído da função, após manobra articulada por Eduardo Cunha – a justificativa era de que o seu partido havia ajudado a eleger o deputado presidente da Câmara. Como seu antecessor, Marcos Rogério deve votar pela admissibilidade do processo. Novo parecer deve ser apresentado na próxima terça-feira. A troca de relator dificultou ainda mais a possibilidade de o Conselho de Ética decidir ainda neste ano se dará prosseguimento ao processo de cassação do deputado fluminense;
  • O que menos os deputados estão fazendo mais abertamente nos últimos dias e se comportarem como representantes do povo, que tem sido apontado através de pesquisas com elevado percentual que deseja ver Eduardo Cunha tanto fora da presidência da Câmara como também perdendo seu mandato e ficando inelegível. O Poder Legislativo está de tal modo desmoralizado, que o Poder Judiciário fez nele uma espécie da intervenção, quando o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), expediu liminar  suspendendo o andamento do processo de pedido de impeachment da presidente Dilma até o próximo dia 16, quando o plenário do STF decidirá sobre sua sugestão para o estabelecimento de regras para o possível impedimento da chefe do Poder Executivo.
  • Como está chegando o início dos recessos da Câmara, do Senado e do Judiciário, a presidente Dilma vai continuar na crista da onda do noticiário, algo que, ao lado das crises política e econômica criadas por causa da incompetência administrativa. E tudo será resolvido somente depois do carnaval. Até lá, muita água vai passar por baixo da ponte.

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