Acabamos
de tomar conhecimento de mais uma medida tomada pelo Supremo Tribunal Federal
(STF) que serve confirmar o quanto nossa Corte Suprema continua sendo
ineficiente. Após 14 anos, o STF arquivou um inquérito que apurava se o senador
Romero Jucá (PMDB-RR) recebeu propina proveniente de obras federais naquele
estado. O senador, que é presidente do PMDB e líder do Governo na Câmara dos
Deputados não foi declarado culpado nem inocente, porque tendo em vista a
demora em ser julgado seu caso prescreveu. O pedido de investigação foi feito
em 2004, e daquele ano até hoje nada menos que nove ministros ocuparam a
presidência do Supremo – um deles já faleceu e cinco já estão aposentados – e
todos não sabiam qual o desfecho do processo até a notícia da prescrição ser
divulgada pela mídia. Outra prova da ineficiência do Poder Judiciário é que o
processo de Romero Jucá ter passado pelas mãos de nada menos que cinco chefes
do Ministério Público Federal (MPF). Quatro deles sequer apresentaram denúncia
nem pediram o arquivamento do caso. Em dezembro último, a procuradora-geral
Raquel Dodge constatou que não havia mais nada ser feito, e de acordo com o que
estabelece Código Penal brasileiro, segundo o qual o prazo para uma possível
punição do senador de Roraima estava esgotado, ela pediu o arquivamento do
processo, aproveitando para afirmar que aconteceu um inquérito que teve custos,
além de ter sido lento e ineficaz. É espantoso que por quase 15 anos a Polícia
Federal (PF) não tenha conseguido identificar o convênio que feria propiciado
ao senador Jucá o recebimento de propina. Por motivo de todos estes problemas,
o ministro Marco Aurélio Mello viu-se obrigado a enviar o processo para o
arquivo. Mas, há um personagem que não poderia estar fora desta nova “pizza”
forjada no STF. Em abril de 2006 o “soltador-geral da República” Gilmar Mendes
pediu vista do processo, e fez a devolução em fevereiro de 2009. Em setembro de
200111, Gilmar Mendes colocou o processo em pauta o julgamento da questão de
ordem que ele mesmo havia levantado, quando defendeu que o mesmo fosse
encaminhado para um juízo de primeira instancia, mas foi derrotado. Ao
determinar o arquivamento do caso, o ministro Marco Aurélio Mello afirmou: “Isso é péssimo para a imagem do
Supremo”. Não há como discordar dele.
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