O violento Carnaval deste ano no Rio de Janeiro foi a gota
d’água. Por causa disso, o presidente Michel Temer assinou no início desta
tarde, no Palácio do Planalto, decreto estabelecendo intervenção federal na
segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. O presidente da República fará
um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV às 20h30, para explicar os
motivos que levaram à intervenção e também esclarecerá detalhes do decreto. O
governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, retornou a Brasília para
participar de reunião no Planalto, que teve também a presença de ministros e
parlamentares. Desde o início da manhã de hoje a cúpula do Exército esteve
reunida em Brasília discutindo detalhes da intervenção. Com a medida, o comando
das forças de segurança pública do Rio de Janeiro ficará a cargo do Exército.
Entre os participantes da reunião estava o comandante militar do Leste, general
Walter Souza Braga Netto, ao qual ficam subordinadas as polícias Civil e
Militar, convocado às pressas pelo comandante do Exército, general Eduardo Dias
da Costa Villas Bôas. Na noite de ontem, Temer recebeu Pezão no Palácio do
Jaburu, além de ministros das áreas de política e de segurança e os presidentes
da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira. Na reunião, que durou
quase cinco horas, foi discutida, além da intervenção na segurança pública do
Rio de Janeiro, a criação do Ministério da Segurança Pública. Rodrigo
Maia confirmou que o decreto irá direto ao plenário da Câmara e pode ser
votado na segunda-feira à noite ou na terça-feira de manhã. Em seguida, será
apreciado pelos senadores. Uma das medidas previstas a partir da intervenção
federal na segurança pública no Rio de Janeiro é o afastamento do secretário
Roberto Sá do cargo, que foi exonerado do cargo, cujo ato será publicado numa
edição extra do Diário Oficial do RJ. O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo
Crivella (PRB), em viagem à Europa se pronunciou sobre a intervenção federal na
segurança pública do Rio. Apesar de elogiar Temer pela iniciativa, Crivella
disse que já havia feito um pedido semelhante. O prefeito fez a declaração por
meio de sua assessoria de imprensa. Crivella ainda não voltou ao Rio de sua
viagem ao exterior.
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