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12 de março de 2016

Dilma nega renúncia e insinua convite a Lula para ser ministro

É por demais sabido que a presidente Dilma detesta fazer entrevista coletiva. Quando convoca alguma, é para um monólogo, sem que alguém possa fazer qualquer pergunta. Ontem houve uma entrevista convocada por ela e foi tudo muito diferente. Não estava de cara feia, como sempre acontece, e atendeu a todos indiscriminadamente, sempre com um sorriso e até se mostrando simpática. O que fez muita gente pensar é o fato de tal entrevista acontecer exatamente na véspera das manifestações marcadas para este domingo que têm por objetivo maior pedir que ela seja afastada do cargo, seja por meio de impeachment, cassação do mandato, renúncia ou "por motivo de enfermidade". Junte-se a isso o pedido de prisão do ex-presidente Lula, muito criticado, por sinal;

Dilma aproveitou um encontro com reitores de universidades federais e o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, para fazer um discurso em sua defesa e na de Lula. A presidente declarou: "Não sairei desse cargo". Quando alguém na entrevista tocou no assunto, ela enfatizou: "Eu acredito que não é absolutamente correto por parte de nenhum líder da oposição, de ninguém, ter o direito de pedir a renúncia de um cargo de presidente legitimamente eleito pelo povo". Quanto a Lula, a presidente também saiu em defesa de seu líder: "Eu acredito que o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Lula passou de todos os limites". Então, veio o pronunciamento mais emblemático, quando foi focalizada uma possível nomeação de Lula para seu ministério: "Eu teria o maior orgulho de ter o presidente Lula no meu governo, porque é uma pessoa com experiência, com grande capacidade de formulação de políticas. E, por isso, posso garantir que teria um grande orgulho e tê-lo no meu governo";

As críticas são muitas sobre essa hipótese. Todos sabem que Lula "assumiria" o cargo como já faz disfarçadamente. Dilma até cometeu um ato falho quando o chamou de "presidente" na entrevista, numa prova de que saber como será daqui pra frente. Se Lula aparecer como ministro, duas coisas se caracterizam: Dilma na verdade renuncia e ainda poderá ser responsabilizada por interferir nas investigações da Operação Lava-Jato, além de fica com o ônus de colocar em sua equipe uma pessoa indiciada em vários crimes, entre eles o de se beneficiar de desvio de dinheiro público. Já imaginaram Lula como ministro da Justiça interferindo na ações da Polícia Federal? Ah, sobre as enchentes em São Paulo ela nada disse. Talvez hoje faça um sobrevoo na região.

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