Lula é acusado de obstrução da Justiça e pode acabar no xadrex
- O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) ratificou nesta quinta-feira, na Justiça Federal em Brasília, denúncia contra o ex-presidente Lula, o ex-senador Delcídio do Amaral, e mais cinco acusados pelo crime de obstrução das investigações da Operação Lava-Jato. Os detalhes do aditamento da denúncia não foram divulgados porque o processo está correndo em segredo de Justiça. Além de Lula e Delcídio, também são alvo das investigações André Esteves, ex-controlador do Banco BTG; Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete de Delcídio; o empresário José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai; e o advogado Edson Ribeiro. Logo após a divulgação do encaminhamento do processo começaram as especulações sobre uma possível decretação da prisão de Lula pelo juiz Sérgio Moro, que estaria apenas esperando o complemento de todos os documentos do processo para evitar qualquer tipo de falha processual que leveria à sua anulação;
- Todos os envolvidos são acusados de tentar impedir o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró de assinar acordo de delação premiada com a força-tarefa de investigadores da Operação Lava Jato. Os fatos foram alvo de denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, no dia 24 de junho, o ministro Teori Zavascki remeteu o processo para a Justiça Federal em Brasília, por entender que a suposta tentativa de embaraçar as investigações ocorreu na capital federal. Além disso, nenhum dos envolvidos tem foro privilegiado na Corte. O procurador ressalta que essa irregularidade teve sérias consequências para a economia, entre elas o rebaixamento do Brasil pelas agências de classificação de risco. E afirmou: “É inegável que a prática das ‘pedaladas’ minou a credibilidade das estatísticas brasileiras, contribuindo para o rebaixamento da nota de crédito do País”;
- O procurador Ivan Cláudio Marx, que apresentou a denúncia contra o ex-presidente Lula e os demais acusados, é o mesmo que, há uma semana entendeu não haver crime comum nas pedaladas da equipe do governo Dilma Rousseff. Na ocasião, ele deu um parecer e mandou arquivar procedimento para apurar as manobras contábeis que foram um dos argumentos para embasar o processo de impeachment da petista que está em curso no Senado. O procurador Ivan Cláudio Marx, da Procuradoria da República no Distrito Federal, reiterou a acusação do procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o ex-presidente e outros investigados por tentar prejudicar a delação do ex-diretor Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró. A denúncia foi apresentada ao Supremo em dezembro do ano passado, mas como Delcídio teve o mandato cassado, ela foi remetida para a primeira instância judicial, no caso a Justiça Federal do Distrito Federal. O procurador acrescentou novos elementos à acusação, que está em sigilo, e aguarda decisão do Judiciário, que poderá ou não receber a denúncia e abrir ação penal contra o nome mais importante do PT.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não saia do Blog sem deixar seu comentário