Eleição de Rodrigo Maia serve para melhorar a imagem da Câmara
- A Câmara dos Deputados conseguiu, finalmente, escolher um novo presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele conseguiu sua vitória, não apenas com o voto de aliados, mas também do PT e do PCdoB, partidos aliados de Dilma Rousseff e de Lula. Com a eleição de Maia, a ala parlamentar que trabalhou unificada pelo antecessor Eduardo Cunha, acaba se desintegrando. A derrota de Rogério Rosso (PSD-DF) na disputa pela Presidência da Casa foi um golpe praticamente fatal no chamado "Centrão", grupo de partidos médios que se uniram por influência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A larga margem de votos na derrota para Rodrigo Maia (DEMRJ), que venceu por 285 a 170, a divisão do PR e as cobranças do Planalto por unidade fazem com que o grupo já articule o seu fim. O próprio Rosso defende que os líderes dessas legendas não se reúnam mais de maneira separada, mas num bloco único de apoio a governo de Michel Temer;
- Com a derrota de Rogério Rosso, o Planalto ficará menos refém do “toma lá, da cá” que vigorou nos tempos de Eduardo Cunha. Na opinião de parlamentares e comentaristas políticos, a eleição de Rodrigo Maia gera mudança no eixo político, fazendo com que o PMDB se realinhe ao PSDB e ao DEM (o antigo PFL), remontando à coalizão que imperou durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A avaliação é de que o "Centrão" não terá forças para retaliar o Governo, mesmo que proteste pela falta de apoio explícito ao candidato do grupo. Logo após a votação, Temer tratou de telefonar para Rosso e o cumprimentou pelo desempenho. Os ministros do núcleo político também entraram em contato para confortá-lo;
- Para evitar sequelas nesta eleição, o Governo terá o cuidado de tratar com atenção os cerca de 170 deputados do "Centrão". A ordem é atender a todos, acelerar as nomeações para cargos e atendimentos das demais demandas e cobrar, em troca, fidelidade ao Planalto. Os auxiliares mais próximos de Temer acreditam que os traumas da disputa podem ser resolvidos com ações pontuais. E que, em poucos meses, as mágoas estarão resolvidas. A grande verdade é que com a saída de Eduardo Cunha do foco e do fim de sua influência na Casa darão condições para a aprovação de medidas que proporcionem maior credibilidade à Câmara. Por fim, as decisões do Conselho de Ética da Câmara, aplicando-lhe duas derrotas por larga margem de votos, levando até seus apoiadores a admitir que no início de agosto Eduardo Cunha tenha seu mandato cassado, ultrapassando por larga margem os 257 votos dos 512 deputados. O Brasil agradece.
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