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3 de julho de 2018

Dallagnol critica Toffoli por julgar seu ex-chefe Zé Dirceu

O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava-Jato no Paraná, criticou o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), por ter livrado o ex-ministro José Dirceu do uso de tornozeleiras eletrônicas, conforme havia determinado o juiz Sérgio Moro. "Naturalmente, cautelares voltavam a valer. Agora, Toffoli cancela cautelares de seu ex-chefe”, ironizou Dallagnol no Twitter. Antes de assumir a vaga no Supremo, Toffoli foi advogado do PT e sub-chefe da Casa Civil durante a passagem de Dirceu pela pasta. Se fosse ético, Dias Toffoli se declararia impedido por causa de suas antigas ligações com o ex-ministro da Casa Civil dos governos dos ex-presidentes Lula e Dilma, que foi condenado a mais de 30 anos de cadeia por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, e tinha prazo até ontem para ir à capital paranaense e colocar a tornozeleira. A decisão de Toffoli também derruba as outras cautelares determinadas por Moro, como a entrega do passaporte e a proibição de se comunicar com outros acusados e testemunhas ligadas ao processo. Para Toffoli, Moro agiu de ofício de maneira indevida, impondo a Dirceu "medidas cautelares diversas da prisão, em claro descumprimento de decisão desta Suprema Corte". A decisão de Toffoli foi de ofício, ou seja, sem que a defesa de Dirceu tivesse feito o pedido. O ministro alega que a Segunda Turma do STF, que soltou Dirceu na última sessão antes do recesso do Judiciário, assegurou “a liberdade plena” do petista até a conclusão do julgamento pelo colegiado.

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