Desvio terá sido só um pouquinho? |
Na
dependência do que vier a acontecer nos Esportes, ganhará corpo na Esplanada
dos Ministérios uma proposta tão singular quanto elogiável: por que todos
os ministros, num gesto forma, não colocam seus cargos à disposição da
presidente Dilma Rousseff? Se ela já deu sinais de promover no começo do
próximo ano uma recomposição da equipe, melhor fariam seus ministros
antecipando-se. Claro que não haverá uma substituição integral do ministério, é
possível, até, que a maioria dos 38 ministros permaneça, mas a iniciativa
engrandeceria todo mundo, se unânime.
Alguns
recalcitrantes poderão alegar que seus cargos sempre estiveram à
disposição da presidente, o que é verdade, mas, sem dúvida, a renúncia
coletiva teria o efeito de evitar constrangimentos. Deixaria Dilma mais
confortável para livrar-se de uns tantos ministros que não escolheu,
engolidos como indicação dos partidos e do ex-presidente Lula.
Quanto
aos novos, é evidente que serão objeto de sugestões da base partidária do
governo, ainda que de forma bem diferente da formação do primeiro
ministério. Seria a oportunidade de a presidente selecionar opções com base nas
duas exigências que não conseguiu concretizar quando de sua posse: probidade e
capacidade.
Por
enquanto a renúncia coletiva é apenas uma ideia, mesmo vista de soslaio
precisamente pelos que temem ser substituídos. Poderá prosperar, em especial se
o ministro Orlando Silva não se aguentar, na hipótese de surgirem novas
denúncias e acusações contra ele.
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