O porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, anunciou oficialmente nesta quinta-feira a demissão de Erenice Guerra da Casa Civil. O substituto interino é o atual secretário-executivo daquele ministério, Carlos Eduardo Esteves Lima. De acordo com o Planalto, deve ser nomeado na próxima semana o novo ocupante do cargo. Já há quem fale até em Antonio Palocci - José Dirceu ficaria para janeiro, com a possível eleição de Dilma Rousseff. O porta-voz leu a carta de demissão "em caráter irrevogável" redigida por Erenice. Ela classificou como "levianas" as denúncias contra ela e disse "necessitar de paz" para se defender. A decisão de substituir Erenice foi tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após uma reunião com a ministra nesta quinta;
Na carta de demissão, Erenice voltou a dizer que as acusações contra ela têm motivação eleitoral. “Por ter formação cristã, não desejo nem para o pior dos meus inimigos que ele venha a passar por uma campanha de desqualificação como a que se desencadeou contra mim e minha família. As paixões eleitorais não podem justificar esse vale-tudo”, disse ela. Na terça-feira da semana passad, ela divulgou nota em que atribui as denúncias a um “candidato aético e derrotado”;
Hoje, o site de notícias G1 informa que reportagem publicada na edição de ontem do jornal "Folha de S.Paulo" diz que a empresa EDRB do Brasil acusou Israel Guerra, filho de Erenice Guerra, de outra "atuação" junto a órgãos do Governo, cobrando dinheiro para obter liberação de empréstimo no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Interessada em instalar uma central de energia solar no Nordeste, a EDRB informou, segundo o jornal, que o projeto estava parado desde 2002 na burocracia federal até que, no ano passado, seus donos foram orientados por um servidor da Casa Civil a procurar a Capital Consultoria. A empresa foi aberta em nome de um dos filhos de Erenice, Saulo, e teria sido usada por Israel Guerra para ajudar uma empresa do setor aéreo a fechar contrato com os Correios;
Segundo a reportagem, graças à mediação da Capital, representantes da EDRB disseram ter sido recebidos em audiência oficial por Erenice Guerra na Casa Civil, em novembro de 2009, quando ela exercia o cargo de secretária-executiva e a titular do ministério era a hoje candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT). A audiência teria sido intermediada por Vinícius Castro, então assessor da Casa Civil, que pediu exoneração na última segunda-feira;
As condições impostas para o negócio - um financiamento de R$ 9 bilhões do BNDES -, segundo relato da empresa ao jornal, seriam seis pagamentos mensais de R$ 40 mil à Capital e uma comissão de 5% sobre o valor do empréstimo. Os contatos entre a EDRB e a Capital, de acordo com a reportagem, foram feitos por Rubnei Quícoli, consultor da EDRB. A EDRB, informou o jornal, diz que se sentiu "chantageada" e cortou negociações com os lobistas. Em 29 de março, o BNDES rejeitou o pedido de empréstimo. Quícoli disse à "Folha" que logo depois foi procurado por Marco Antônio Oliveira, ex-diretor dos Correios e tio de Vinicius Castro, que teria dito que a questão no BNDES poderia ser resolvida, desde que a EDRB desembolsasse R$ 5 milhões para saldar supostas despesas de campanha de Dilma. Segundo o jornal, Oliveira nega.
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