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21 de setembro de 2010

Eles querem mesmo a censura

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgou nota lamentando as declarações do presidente Lula durante comício em Campinas, no último sábado, quando o presidente disse que, além dos tucanos, serão derrotados "alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem partido político e não tem coragem de dizer que são partido político". A ANJ informou que as declarações de Lula são preocupantes e lembrou que "o papel da imprensa é o de levar à sociedade toda informação, opinião e crítica que contribua para as opções informadas dos cidadãos, mesmo aquelas que desagradem os governantes". Em outro trecho a nota da ANJ lembra que "Lula jamais criticou o trabalho jornalístico quando as informações tinham implicações negativas para seus opositores”. É o tradicional "farinha pouca, meu pirão primeiro";

Hoje mesmo, no site de 'O Globo' aparece a seguinte notícia: Depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusar a imprensa de agir como partido político, as centrais sindicais, alguns sindicatos, partidos governistas e movimentos sociais farão na quinta-feira o "Ato contra o golpismo midiático", em São Paulo. O convite para o evento, divulgado pelo PT, acusa a imprensa de "castrar o voto popular", "deslegitimizar as instituições" e destruir a democracia. E não faz menção explícita à onda de denúncias de corrupção que atingem a Casa Civil da Presidência. Diz ainda o texto de convocação para o tal ato: "Conduzida pela velha mídia, que nos últimos anos se transformou em autêntico partido político conservado, essa ofensiva antidemocrática precisa ser barrada. No comando estão grupos de comunicação que, pelo apoio ao golpe de 64 e à ditadura militar, já demonstraram seu desapreço pela democracia",

Os pronunciamentos de Lula contra a imprensa e partidos de oposição à sua candidata nos leva muitas vezes a admitir sua empolgação não é só por conta de sua popularidade em alta ou pelos resultados das pesquisas que apontam amplo favoritismo de Dilma Rousseff. Parece mesmo que em algumas ocasiões o estado etílico de Lula poderia ser reprovado se houvesse a exigência de teste de bafôimetro antes de ele subir aos palanques, de onde não tem saído nos últimos dias, sempre "depois do expediente". Há poucos dias,num comício em Minas Gerais, o presidente resolveu ameaçar os prefeitos mineiros que não apoiam Helio Costa para Governador, lembrando-os de que será difícil para eles conseguir verbas federais no próximo governo petista;

É assim que se comporta um governante? Isso comprova que aquele político representado por Chico Anísio tem hoje um clone, quando dizia: "Eu quero é poder e o povo que se exploda". Tudo isso seria para deixar a população preocupada, mas, ao que tudo indica, Pelé tinha mesmo razão quando disse: "O povo não sabe votar".

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