Ameaças de deputados a advogada têm que ser esclarecidas
- A declaração da advogada Beatriz Catta Preta, especialista em delação premiada, no 'Jornal Nacional', dizendo ter se afastado dos casos que defendia na Operação Lava-Jato é muito mais séria do que possa parecer, principalmente por ter sido feita logo após um dos seus clientes, Júlio Camargo, acusando o deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara, de ter recebido, por seu intermédio, uma propina de US$ 5 bilhões;
- O corporativismo entrou logo em ação. No dia seguinte, a CPI da Petrobras convocou, por unanimidade, a advogada para explicar a origem dos seus honorários. Isso fere todos os princípios de sigilo profissional, especialmente no caso de advogados. Se houver indícios de dinheiro ilegal, que se faça a queixa aos órgãos competentes. Não cabe à Câmara essa atribuição;
- À CPI cabe pedir à advogada Beatriz Catta Preta que diga que tipo de ameaças recebeu, e, de preferência, quais os autores delas. Da mesma forma que ela não tem que falar dos seus honorários, conforme habeas corpus concedido pelo presidente do Supremo, Ricardo Leandowiski, para que ela não seja obrigada a falar sobre isso na CPI;
- Como o presidente da Câmara como diversos membros da CPI estão envolvidos na Operação Lava-Jato, não é impossível que as ameaças tenham acontecido. No entanto, a advogada tem o dever de comparecer e apontar os que a fizeram dar publicidade ao fato. Em caso contrário, ela estará cometendo crime de responsabilidade, e ela parece entender bastante sobre Direito. A curiosidade hoje é total no país.
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