Ao que tudo
indica, as manifestações do Sete de Setembro deverão causar menos impacto por
causa da pouca adesão que se verificou no último sábado, principalmente pelos
atos de violência provocados pela ação dos chamados Black Blocs, que em alguns
locais começaram a agir durante os desfiles. Há até mesmo quem ache que as
cenas de violência e vandalismo dos portadores de roupas negras e máscaras
sejam a serviço daqueles que foram alvos das manifestações de junho passado,
quando milhões de pessoas foram às ruas demonstrar seu total descontentamento com
os péssimos serviços públicos prestados à população que paga impostos, em
especial os das áreas de Saúde, Educação, Segurança e Transportes, bem como com
o desperdício de dinheiro público em obras suntuosas, algumas até
desnecessárias, muitas vezes com atos de ‘inauguração’ do início das obras,
muitas das quais nunca são concluídas e muitas vezes reajustadas em seus
valores iniciais;
Outra fonte de
protestos seria contra as obras superfaturadas de construção ou reforma de
estádios, que agora são chamados de arenas, destinados à Copa do Mundo de 2014,
segundo o intitulado ‘Padrão Fifa’, muitos quais não se sabe que destino terão
depois da competição. Mas isso é outra coisa, assunto para futuros protestos. Outra
coisa seria certamente objeto de protestos é a possibilidade aparente de que
por manobras de ‘ministros petistas’ do Supremo Tribunal Federal (STF) a
conclusão do julgamento do ‘Mensalão do PT’ seja mais uma vez adiada, além da
possibilidade de esses mesmos ministros conseguirem diminuir as penas dos
mensaleiros, em especial ao do ex-ministro Chefe da Casa Civil do então
presidente Lula, o mais que famoso José Dirceu;
Há algo com que
os Black Blocs estão aparentando, que é estarem a serviço daqueles são alvo dos
protestos, uma vez que a mídia o foco maior foi destinado às ações de violência
e vandalismo, ficando em segundo plano as manifestações pacíficas. Em algumas
cidade, como o Rio de Janeiro, a ação da polícia também pareceu ser para evitar
manifestações contra o governador fluminense, que até então vinha sendo alvo de
uma manifestações durante dezenas de dias em frente à sua residência, onde proliferaram
faixas a cartazes com os ‘dizeres ‘Fora Cabral”. No último sábado, a Polícia Militar
cujo chefe é Cabral coibiu de modo violento a aproximação de manifestantes
pacíficos em direção ao Palácio Guanabara, com spray de pimenta, gás
lacrimogêneo e jatos de água, atingindo muitos jornalistas que registravam o
fato e também crianças e idosos;
Para assessores
diretos da presidente Dilma Rousseff, as manifestações não tiveram influência
nos seus índices de aprovação, mantendo-a na faixa atual acima de 30%. Muito acima
dos 16% a que chegou em junho, porém ainda muito distante dos 68% em que se
encontrava antes daqueles manifestações. A atuação dos baderneiros fica, então,
sob suspeita. Mas é certo que alguns estados passaram a coibir com rigor a ação
de mascarados, dando fôlego para que o povo volte às ruas, uma vez que muitos
governantes e políticos acham que o ‘gigante adormeceu’, mas também é certo que
esse gigante, que é o povo, venha a despertar no momento mais propício para
cobrar tudo o que falta, utilizando a mais forte de suas armas, que são usadas
sem nenhuma máscara: as urnas.
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