De todas as notícias absurdas de
que tomamos conhecimento diariamente, a de maior impacto foi a que nos dava
conhecimento de que num dos maiores hispidais públicos do Rio de Janeiro, o
Rocha Faria, no bairro de Campo Grande, não teve ontem nenhum tipo de alimento
para pacientes, médicos de plantão e funcionários de, que ficaram sem café da
manhã, almoço e jantar. A razão, como sempre, foi a falta de pagamento às
empresas que fornecem gêneros de alimentação. Uma reportagem de TV mostrou o
restaurante totalmente fechado e as prateleiras da dispensa totalmente vazias.
Isso significa que uma pessoa que está doente vai ao Rocha Faria para uma
consulta e tratamento. Caso haja material – o que também está sendo raro nos
hospitais públicos – ele é curado, mas corre o risco de morrer por inanição.
Temos que destacar o fato de que há funcionários do Rocha Faria que estão com
salários atrasados há até quatro meses, mas que mesmo assim comparecem ao
trabalho por amor ao que fazem. Parentes dos internos compram remédios e
materiais com o próprio dinheiro porque os fornecedores também não recebem há
algum tempo. O mais irritante é ouvir as autoridades dizendo que nada disso é
verdade, apesar das imagens e das declarações de funcionários e parentes dos
doentes internados. Tudo isso é reflexo da péssima administração que o Estado
do Rio de Janeiro vem arrasando todos os serviços (a frota de veículos da
Polícia, por exemplo, está com mais da metade sucateada). Não é sem motivo que
os ex-governadores Sérgio Cabral e Garotinho estão atrás das grades, embora
este descalabro esteja sendo mantido pelo governador Pezão, infelizmente ainda
solto. É realmente um perigo ficar doente no Rio de Janeiro.
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