Greve dos rodoviários somente aborrece usuários |
Mais uma vez, no espaço de uma
semana, o Rio de Janeiro tem sua rotina alterada com greve de rodoviários, ou
de parte deles, com a falta de ônibus para se chegar ao trabalho, à escola e
até em casa no final do dia. Para agravar a situação, no mesmo período foram
depredados mais de 700 ônibus pelos próprios rodoviários. Além das
reivindicações salariais de praxe, incluiu-se a exigência do fim do trabalho em
dupla função ─ motorista e trocador ao mesmo
tempo ─, algo muito justo, por sinal;
Algumas
atitudes dos rodoviários são incompreensíveis para os cidadãos. Por quê
danificam os seus instrumentos de trabalho? Eles não acabam dando razão para
demissões de alguns deles por não terem como trabalhar por “falta de material”?
Mas pior ainda é o prejuízo que causam à cidade de um modo geral, afetando o
comércio, a indústria e os prestadores de serviços, além de empregados
domésticos, quando não conseguem chegar aos seus locais de trabalho. Afetam
também a Educação, pois milhares de crianças e professores não chegam às
escolas. E a Saúde de parte da população também é afetada quando pessoas
humildes e usuárias do SUS não conseguem chegar a hospitais, casas de saúde e
postos de saúde para consultas e exames pelos quais esperam há bastante tempo;
Os
rodoviários, então, conseguem atrair a antipatia da população ao invés de
solidariedade às suas reivindicações. Eles também provocam terror em
passageiros dos poucos ônibus que conseguem circular quando piqueteiros os
obrigam a sair dos veículos, muitas vezes depois de apedrejamento dos carros
que colocam em risco sua segurança. Acabam dando tiros nos próprios pés;
Já
está no tempo de os rodoviários pensarem em fazer o que fazem seus colegas em
vários países da Europa. A greve deles é pelo sistema que chamam de “Roleta
Zero”, quando todo mundo mantém sua rotina porque os ônibus circulam
normalmente, mas o prejuízo dos empresários é altamente volumoso. Nenhum
seguimento da sociedade é afetado, nenhum prejuízo é observado. Imaginem ma
empresa do Rio de Janeiro sem faturar apenas em um dia. É só multiplicar o
número de veículos pelo número de viagens a um preço médio de R$ 2,50;
Caberia,
portanto, à Justiça do Trabalho não permitir a cobrança que hoje é feita aos
motoristas/trocadores, quando são descontados em seus salários de tudo aquilo
que a critério dos empresários seja considerado como prejuízo. É um assunto a
ser pensado.
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