Horário eleitoral gratuito (?) não é nada democrático
- Alguém
comentou recentemente que nunca viu ou ouviu qualquer tipo de elogio
ao horário eleitoral gratuito (?) que acontece nos anos de eleição. Além
de aparecerem eleitores com imagens e nome bizarros, ainda passamos pelo
dissabor de assistir verdadeiro show de desconhecimento das funções dos
cargos a que concorrem, em especial por parte do candidatos a vereador.
Além também de promessas de algo que nunca irão realizar, ainda existem os que
anunciam ações, se eleitos forem, que não são de sua competência ou
alçada. Prometem tomar atitudes que são exclusivas do Chefe do Executivo
Municipal, o prefeito, e muitos 'invadem' as esperas estadual e federal.
Esquecem que lhes cabe legislar e fiscalizar as atividades do Executivo.
Na verdade, uma grande maioria dos candidatos está mesmo é a procura de um
emprego bem remunerado na maioria das vezes, além das mordomias que muitas
câmaras municipais dispõem para os eleitos;
- Outra
coisa que é bastante descabida no tal horário gratuito é a distribuição de
tempo para cabe a partido. No Rio de Janeiro, por exemplo, o candidato
Cyro Garcia, do PSTU, reclama que seu partido dispõe de míseros 30
segundos, enquanto outro tem direito a mais de 16 minutos na tela da TV
(no caso, Eduardo Paes, do PMDB). Essa, por exemplo, é a única fala
coerente de Cyro Garcia, visto que ele chama a eleição de uma farsa, não
justificando, portanto, o que está fazendo nela como candidato. Quanto à
distribuição de tempo, há, sim, uma total falta de democracia. O certo que
todos os candidatos tivessem o mesmo tempo para expor suas ideias. Seria
mais democrático. Essa legislação é que provoca a criação de quase 40
partidos, que existem apenas para 'vender' seus segundo de tempo na TV,
provocando alianças esdrúxulas como a tão criticada entre Lula e Paulo
Maluf, para tentar alavancar a candidatura do petista Fernando Haddad à
Prefeitura de São Paulo;
- Também
no tocante às candidaturas a vereador, não é nada justo que uns apareçam
na tela da TV por frações de segundos enquanto outros podem aparecer
fazendo verdadeiros 'discursos' para tentar angariar votos. A distribuição
do tempo também deveria ser igualitária. A justificativa de que o horário
gratuito (?) inibe o uso do poder econômico nas campanhas é totalmente
mentirosa. Podemos observar que no tempo de um mesmo partido, candidatos a
vereador aparecem em slides enquanto alguns dispõem de tempo para
falar e expor seus projetos. É lógico que esse tempo extra não foi nada
grátis. Mas tudo aqui argumentado não passa de uma ilusão. É mais do que
certo que tal modificação é até certo ponto totalmente utópica, pois sua
realização depende daqueles que se beneficiam da forma como hoje acontece.
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