O uso de recursos públicos para
alavancar candidaturas - incluindo-se neles os destinados a prevenção de
catástrofes naturais, como enchentes - continua sendo praticado no governo da
presidente Dilma Rousseff, como já aconteceu no mandato do ex-presidente Lula.
Segundo o site do jornal Estado
de São Paulo, Pernambuco, Estado do ministro da Integração Nacional,
Fernando Bezerra Coelho, foi o principal destino de verbas do ministério
comandado por ele em prevenção e preparação de desastres naturais, como
enchentes e desmoronamentos. O ministro é pré-candidato à Prefeitura de Recife.
O jornal informa que em obras iniciadas em 2011, Pernambuco concentrou 90% dos
gastos da pasta destinados a esse fim, de acordo com levantamento feito pela
ONG Contas Abertas, com base em dados do Tesouro Nacional. Pernambuco
recebeu R$ 25,5 milhões, contra R$ 1,8 milhão liberado para o Paraná, dos R$
28,4 milhões pagos em obras autorizadas em 2011 para a prevenção de desastres
naturais. O restante foi para outros Estados;
No governo de Lula, a Bahia foi o
Estado que mais recebeu recursos do governo federal em 2009 através do programa
de "prevenção e preparação para desastres" do Ministério da
Integração Nacional, segundo apontou um levantamento realizado pelo Contas
Abertas. Dos gastos autorizados e pagos em 2011, Pernambuco recebeu 14
vezes mais do que o segundo colocado, o Paraná, onde chuvas fortes provocaram
enxurradas e deslizamentos no ano passado. O projeto criado para reduzir danos
e prejuízos provocados por desastres naturais aplicou R$ 135,1 milhões em
todo o País em 2009. Desse valor, R$ 65,4 milhões, ou 48% dos
recursos, foram destinados para a Bahia, onde o ministro Geddel Vieira
Lima, que controlava a pasta, era pré-candidato ao governo nas eleições de 2010,
quando acabou derrotado;.
Em 13 de janeiro do ano passado,
depois de sobrevoar a Região Serrana do Rio, a presidente Dilma Rousseff
convocou a imprensa para avisar que não permitiria a reedição de uma tragédia
daquelas dimensões. Primeiro, admitiu que se tratava de um problema federal. Em
seguida, prometeu acabar com deslizamentos nos morros com obras de contenção de
encostas, prometeu um mundaréu de medidas preventivas, prometeu instalar redes
de saneamento básico, prometeu remover os ameaçados por desastres naturais,
prometeu casas para os flagelados e prometeu voltar mais tarde para inaugurar o
colosso de promessas. Há poucos dias, o ministro da Ciência e
Tecnologia, Aloízio Mercadante, apareceu no Senado informando aos
milhões de moradores de áreas de risco. “Morrerão
pessoas neste verão. E nos próximos”.
Mercadante denominou a temporada de chuvas fortes de “extremos
climáticos”, e atribuiu a culpa à natureza, comunicando que o Governo não fez
nada do que prometeu. As vítimas da tragédia, que já deu sinais de que vai se
repetir, estão entregues à própria sorte;
Resta-nos saber se acontecendo
novas enchentes, especialmente na Região Serrana do Rio de Janeiro, a
presidente Dilma vai descer outra vez de helicóptero numa das cidades da
região, ao lado do governador Sergio Cabral fazendo cara de choro e outra vez
anunciando a liberação de recursos, dos quais somente uma parcela será liberada
e mesmo assim com chances de serem desviados para o bolso de algum prefeito
desumano, como aconteceu em 2011. Em Nova Friburgo já choveu com bastante
intensidade, sirenes avisaram - e também apavoraram - os moradores das áreas de
risco, mas vê-se que muita cisa está como ficou no ano passado. Resta às
prováveis vítimas deixar o problema nas mãos de Deus, torcendo para que não
haja tantas mortes como no ano passado.
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