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29 de abril de 2011

Políticos em geral 'se lixam' para o eleitor

Parece que os políticos brasileiros de um modo geral resolveram definitivamente debochar dos eleitores. Certamente apostam na falta de memória da população e nas próximas eleições estarão dando mandatos a eles. Isso já ficou patenteado nas eleições do ano passado, quando mais de 97 mil eleitores reelegeram aquele deputado - Sérgio Moraes (PTB-RS) -, réu de duas ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmou estar "se lixando" para a opinião pública quando flagrado em ato indevido para um homem público. Sua frase famosa foi dita a jornalistas. dizendo: “Estou me lixando para a opinião pública", até porque parte da opinião pública não acredita no que vocês escrevem. Vocês batem, mas a gente se reelege". Parecendo concordar com a opinião de Sérgio Moraes, a Câmara o elegeu para a presidência do Conselho de Ética, em maio de 2008;

Nos últimos dias temos visto que principalmente o Congresso Nacional anda rindo do que possa pensar a opinião pública. A partir da indicação do deputado-palhaço Tiririca, um semi-anafabeto, para a Comissão de Educação, nota-se mais um deboche. Ainda na Câmara dos Deputados, uma comissão de "notáveis" com nomes bastante "representativos", como Paulo Maluf (PP-SP), Waldemar Costa Neto (PR-SP), Almeida Lima (PMDB-AL) e José Guimarães (PT-CE), que teve um assessor flagrado com dólares na cueca durante o episódio do Mensalão do PT.. Além desse time, a presidência da comissão está a cargo do deputado Almeida Lima, homem de tropa de choque do ilustre senador Renan Calheiros (PMDB-AL);

Esta semana, o Senado constitui sua Comissão de Ética, com quase dez senadores respondendo a processos diversos no Supremo Tribunal Federal (STF), entre eles Renan Calheiros (PMDB-AL), Gim Argello (PTB-DF) e Romero Jucá (PMDB-RR). Juntamente com outros senadores bastante "éticos", a esse grupo caberá analisar principalmente os casos de quebra de decoro. Como já é comum, dificilmente algum senador terá seu mandato ameaçado por esse conselho, que não tem moral nenhuma para discutir sobre ética de quem quer que seja;

Finalmente vemos hoje o PT fazer também parte desse verdadeiro "show" de deboches que andam sendo exibidos. O ex-tesoureiro Delúbio Soares, expulso do partido em 2005 por causa do suposto envolvimento no escândalo do mensalão, teve a sua refiliação à legenda aprovada nesta sexta-feira pelo Diretório Nacional. Além disso, o partido de Dilma Rousseff elegeu como presidente nacional o deputado estadual Rui Falcão, de São Paulo, que é acusado de vazar um dossiê contra José Serra, em plena campanha presidencial, a ponto de ser afastado do comitê de campanha da presidente da República. E tudo isso comandado por José Dirceu, indiciado no Supremo como chefe da quadrilha que articulou e executou e Mensalão do PT.;

Essa atitudes provam que os políticos de todas as tendências também estão "se lixando" para o eleitor. No entanto, há esperança de que muitos gritem contra esse deboches, fazendo com que os eleitores dêem a resposta que merecem receber, que é a rejeição nas urnas. Está na hora do eleitor entender que essa gente tem que ir para casa. Não vamos reeleger ninguém!

26 de abril de 2011

Que venha o referendo!

Uma carta do leitor Gil Cordeiro Dias Ferreira, na seção de cartas dos leitores no 'O Globo' nesta semana traduz o pensamento de muita gente sobre o referendo proposto pelo senador José Sarney, presidente do Senado Federal, sobre o desarmamento. Leiam:

Que venha o novo referendo pelo desarmamento. Votarei NÃO, como da primeira vez, e quantas forem necessárias. Até que os Governos Federal, Estaduais e Municipais, cada qual em sua competência, revoguem as leis que protegem bandidos, desarmem-nos, prendam-nos, invistam nos sistemas penitenciários, impeçam a entrada ilegal de armas no País e entendam de uma vez por todas que não lhe cabe desarmar cidadãos de bem.
Nesse ínterim, proponho que outras questões sejam inseridas no referendo:

  • Voto facultativo? SIM!
  • Apenas 2 Senadores por Estado? SIM!
  • Reduzir pela metade os Deputados Federais e Estaduais e os Vereadores? SIM!
  • Acesso a cargos públicos exclusivamente por concurso, e não por nepotismo? SIM! 
  • Reduzir os 37 Ministérios para 12? SIM! 
  • Cláusula de bloqueio para partidos nanicos sem voto? SIM! 
  • Fidelidade partidária absoluta? SIM! 
  • Férias de apenas 30 dias para todos os políticos e juízes? SIM!
  • Ampliação do Ficha-limpa? SIM!
  • Fim de todas as mordomias de integrantes dos três poderes, nas três esferas? SIM! 
  • Cadeia imediata para quem desviar dinheiro público? SIM!
  • Fim dos suplentes de Senador sem votos? SIM! 
  • Redução dos 20.000 funcionários do Congresso para um terço? SIM!
  • Voto em lista fechada? NÃO! 
  • Financiamento público das campanhas? NÃO! 
  • Horário Eleitoral obrigatório? NÃO!
  • Maioridade penal aos 16 anos para quem tirar título de eleitor? SIM! 
  • Um BASTA! na politicagem rasteira que se pratica no Brasil? SIM !!!!!!!!!!!

Nada mais a acrescentar na proposta de Gil Cordeiro Dias Ferreira.

22 de abril de 2011

Dia da Terra

Hoje é o Dia da Terra, evento criado em 1970, quando o senador americano Gaylord Nelson convocou o primeiro protesto nacional contra a poluição.

Já afirmei em outras ocasiões que ninguém é tolo a ponto de imaginar que pode evitar a ocorrência dos cataclismos naturais, mas sabemos que algumas atitudes são fundamentais na preservação do Planeta e na manutenção do seu equilíbrio ambiental, hoje tão agredido e desrespeitado pela ação, omissão, negligência e incompetência do homem, justamente o maior interessado em sua proteção, já que a raça humana não tem outro lugar para viver seu presente nem o futuro de suas gerações.

Centenas de eventos serão realizados hoje nos Estados Unidos e em pelo menos 192 outros países, mas há muito pouco para comemorar.

Em razão das ações do homem, as temperaturas continuam a aumentar no Planeta numa taxa média de 0,1 grau por década, e segundo especialistas, nos próximos 100 anos o mar deve se elevar em cerca de 59 centímetros, com efeitos desastrosos, principalmente para países que como o Brasil, têm grande parte de seu território em contato direto com o mar. O aquecimento global é uma ameaça à biodiversidade, e 60% dos corais podem desaparecer, isso sem falar no aumento das chuvas torrenciais e da freqüência de fenômenos como furacões e terremotos, quase sempre seguidos de tsunamis, fatos dos quais temos sido testemunhas oculares.

A lista estampada a seguir, que alguns já conhecem (ela integra as postagens feitas em 2009 e 2010), tem 50 sugestões para ajudar na preservação do Planeta. Se algumas delas forem adotadas, acreditem, já estaremos prestando um grande serviço ao meio ambiente.

Troque suas lâmpadas incandescentes por fluorescentes
Lâmpadas fluorescentes gastam 60% menos energia que uma incandescente. Assim, você economizará 136 quilos de gás carbônico anualmente.

Limpe ou troque os filtros o seu ar condicionado
Um ar condicionado sujo representa 158 quilos de gás carbônico a mais na atmosfera por ano.

Escolha eletrodomésticos de baixo consumo energético
Procure por aparelhos com o selo do Procel (no caso de nacionais) ou Energy Star (no caso de importados).

Não deixe seus aparelhos em standby
Simplesmente desligue ou tire da tomada quando não estiver usando um eletrodoméstico. A função standby de um aparelho usa cerca de 15% a 40% da energia consumida quando ele está em uso.

Mude sua geladeira ou freezer de lugar
Ao colocá-los próximos ao fogão, eles utilizam muito mais energia para compensar o ganho de temperatura. Colocar roupas e tênis para secar atrás deles então, nem pensar!

Descongele geladeiras e freezers antigos… se é que você ainda tem um!
Se for o caso, considere trocar de aparelho. Os novos modelos consomem até metade da energia dos modelos mais antigos, o que subsidia o valor do eletrodoméstico a médio/longo prazo.

Feche suas panelas enquanto cozinha
Simples, não? Ao fazer isso você aproveita o calor que simplesmente se perderia no ar. Já as panelas de pressão economizam cerca de 70% do gás utilizado!

Use a máquina de lavar roupas/louça só quando estiverem cheias
Caso você realmente precise usá-las com metade da capacidade, selecione os modos de menor consumo de água. Se você usa lava-louças, não é necessário usar água quente para pratos e talheres pouco sujos. Só o detergente já resolve.

Tome banho de chuveiro
E de preferência, rápido. Um banho de banheira consome até quatro vezes mais energia e água que um chuveiro.

Use menos água quente
Aquecer água consome muita energia. Para lavar a louça ou as roupas, prefira usar água morna ou fria.

Pendure as roupas ao invés de usar a secadora
Você pode economizar mais de 317 quilos de gás carbônico se pendurar as roupas durante metade do ano ao invés de usar a secadora.

Nunca é demais lembrar: recicle
Recicle no trabalho e em casa. Se a sua cidade ou bairro não tem coleta seletiva, leve o lixo até um posto de coleta. Existem vários na rede Pão de Açúcar. Lembre-se de que o material reciclável deve ser lavado (no caso de plásticos, vidros e metais) e dobrado (no caso do papel).

Faça compostagem
Cerca de 3% do metano que ajuda a causar o efeito estufa é gerado pelo lixo orgânico doméstico. Aprenda a fazer compostagem: além de reduzir o problema, você terá um jardim saudável e bonito.

Reduza o uso de embalagens
Embalagem menor é sinônimo de desperdício de água, combustível e recursos naturais. Prefira embalagens maiores, de preferência com refil. Evite ao máximo comprar água em garrafinhas, leve sempre com você a sua própria.

Compre papel reciclado
Produzir papel reciclado consome de 70 a 90% menos energia do que o papel comum, e poupa nossas florestas.

Utilize uma sacola para as compras
Sacolinhas plásticas descartáveis são um dos grandes inimigos do meio-ambiente. Elas não apenas liberam gás carbônico e metano na atmosfera, como também poluem o solo e o mar. Quando for ao supermercado, leve uma sacola de feira ou suas próprias sacolinhas plásticas.

Plante uma árvore
Uma árvore absorve uma tonelada de gás carbônico durante sua vida. Plante árvores no seu jardim ou inscreva-se em programas como o SOS Mata Atlântica ou Iniciativa Verde.

Compre alimentos produzidos na sua região
Fazendo isso, além de economizar combustível, você incentiva o crescimento da sua comunidade, bairro ou cidade.

Compre alimentos frescos ao invés de congelados
Comida congelada consome até 10 vezes mais energia para ser produzida. É uma praticidade que nem sempre vale a pena.

Compre orgânicos
Por enquanto, alimentos orgânicos são um pouco mais caros pois a demanda ainda é pequena no Brasil. Mas você sabia que, além de não usar agrotóxicos, os orgânicos respeitam os ciclos de vida de animais, insetos e ainda por cima absorvem mais gás carbônico da atmosfera que a agricultura "tradicional"? Se toda a produção de soja e milho dos EUA fosse orgânica, cerca de 240 bilhões de quilos de gás carbônico seriam removidos da atmosfera. Portanto, incentive o comércio de orgânicos para que os preços possam cair com o tempo.

Coma menos carne
O metano, emitido por bois e vacas é um dos maiores responsáveis pelo efeito estufa. Além disso, a produção de carne demanda uma quantidade enorme de água e terras.

Ande menos de carro
Use menos o carro e mais o transporte coletivo (ônibus, metrô) ou o limpo (bicicleta ou ande a pé, se as distâncias não forem grandes). Se você deixar o carro em casa 2 vezes por semana, deixará de emitir 700 quilos de poluentes por ano.

Não deixe o bagageiro vazio em cima do carro
Qualquer peso extra no carro causa aumento no consumo de combustível. Um bagageiro vazio gasta 10% a mais de combustível, devido ao seu peso e aumento da resistência do ar.

Mantenha seu carro regulado
Calibre os pneus a cada 15 dias e faça uma revisão completa a cada seis meses, ou de acordo com a recomendação do fabricante. Carros regulados poluem menos. A manutenção correta de apenas 1% da frota de veículos mundial representa meia tonelada de gás carbônico a menos na atmosfera.

Dirija com atenção e não desperdice combustível
Escolha as marchas corretas, utilize o freio de mão ao invés do pedal quando possível, desligue o carro quando ele ficar mais de 1 minuto parado. Dessa forma, você economiza dinheiro, combustível e o meio-ambiente.

Lave o carro a seco
Existem diversas opções de lavagem sem água, algumas até mais baratas do que a lavagem tradicional, que desperdiça centenas de litros a cada lavagem. Procure no seu posto de gasolina ou no estacionamento do shopping.

Quando for trocar de carro, escolha um modelo menos poluente
Apesar da dúvida sobre o álcool ser menos poluente que a gasolina ou não, existem indícios de que parte do gás carbônico emitido pela sua queima é reabsorvida pela própria cana de açúcar plantada. Carros menores e de motor 1.0 poluem menos. Em cidades como São Paulo, onde no horário de pico anda-se a 10km/h, não faz muito sentido ter carros grandes e potentes para ficar parados nos congestionamentos.

Use o telefone ou a Internet
A quantas reuniões de 15 minutos você já compareceu esse ano, para as quais teve que dirigir por quase uma hora para ir e outra para voltar? Usar o telefone ou skype pode poupar você de stress, além de economizar um bom dinheiro e poupar a atmosfera.

Voe menos
Deixar de pegar um avião apenas uma ou duas vezes por ano faz uma diferença significativa para a atmosfera. Se você não pode se dar esse luxo, que tal neutralizar suas emissões?

Incentive sua escola, trabalho ou condomínio a reduzir suas emissões
Você pode se tornar um agente de grandes mudanças se, além de reduzir suas emissões também estimular seus amigos a fazer o mesmo.

Economize CDs e DVDs
CDs e DVDs, sem dúvida são mídias eficientes e baratas, mas você sabia que um CD leva cerca de 450 anos para se decompor e que, ao ser incinerado, ele volta como chuva ácida, como a como a maioria dos plásticos?

Utilize mídias regraváveis, como CD-RWs, drives USB ou mesmo e-mail ou FTP para carregar ou partilhar seus arquivos. Hoje em dia, são poucos arquivos que não podem ser disponibilizados virtualmente ao invés de em mídias físicas.

Proteja as florestas
Por anos os ambientalistas foram vistos como "eco-chatos". Mas em tempos de aquecimento global, as árvores precisam de mais defensores do que nunca. O papel delas no aquecimento global é crítico, pois mantém a quantidade de gás carbônico controlada na atmosfera.

Considere o impacto de seus investimentos
O dinheiro que você investe não rende juros sozinho. Isso só acontece quando ele é investido em empresas ou países que dão lucro. Na onda da sustentabilidade, vários bancos estão considerando o impacto ambiental das empresas em que investem o dinheiro dos seus clientes. Informe-se com o seu gerente antes de escolher o melhor investimento para você e o meio ambiente.

Informe-se sobre a política ambiental das empresas que você contrata
Seja o banco onde você investe ou o fabricante do shampoo que utiliza, todas as empresas deveriam ter políticas ambientais claras para seus consumidores. Ainda que a prática esteja se popularizando, muitas empresas ainda pensam mais nos lucros e na imagem institucional do que em ações concretas. Por isso, não olhe apenas para as ações que a empresa promove, mas também a sua margem de lucro alardeada todos os anos. Será mesmo que eles estão colaborando tanto assim?

Desligue o computador
Muita gente tem o péssimo hábito de deixar o computador de casa ou da empresa ligado ininterruptamente, às vezes fazendo downloads, às vezes simplesmente por comodidade. Desligue o computador sempre que for ficar mais de 2 horas sem utilizá-lo e o monitor por até quinze minutos.

Considere trocar seu monitor
O maior responsável pelo consumo de energia de um computador é o monitor. Monitores de LCD são mais econômicos, ocupam menos espaço na mesa e estão ficando cada vez mais baratos.

Não troque o seu iPod ou celular
Pelo menos enquanto estiverem em bom estado. Se o problema é a bateria, considere trocá-la e descartá-la adequadamente, encaminhando-a a postos de coleta. Gadgets como iPods e celulares trouxeram muita comodidade à nossa vida, mas utilizam de derivados de petróleo em suas peças e metais pesados em suas baterias. Além disso, na enorme maioria das vezes sua produção é feita utilizando mão de obra barata em países em desenvolvimento.

Utilize seus gadgets até o final da vida útil deles, lembre-se de que eles certamente não foram nada baratos.

No escritório, desligue o ar condicionado uma hora antes do final do expediente
Num período de 8 horas, isso vale 12,5% de economia diária, o que equivale a quase um mês de economia no final do ano. Além disso, no final do expediente a temperatura começa a ser mais amena.

Não permita que as crianças brinquem com água
Banho de mangueira, guerrinha de bambuchas e toda sorte de brincadeiras com água são sem dúvida divertidas, mas passam a equivocada idéia de que a água é um recurso infinito, justamente para aqueles que mais precisam de orientação. Não deixe que seus filhos brinquem com água, ensine a eles o valor desse bem tão precioso.

No hotel, economize toalhas
Em alguns hotéis, o hóspede tem a opção de não ter as toalhas trocadas diariamente, para economizar água e energia.

Participe de ações virtuais
A Internet é uma arma poderosa na conscientização e mobilização das pessoas. Um exemplo é o site ClickÁrvore, que planta árvores com a ajuda dos internautas. Informe-se e aja!

Instale uma válvula na sua descarga
Instale uma válvula para regular a quantidade de água liberada no seu vaso sanitário: mais quantidade para o número 2, menos para o número 1!

Economize água em suas viagens
A distribuição de água no mundo é extremamente irregular. Em algumas regiões da África é necessário caminhar por mais de dois quilômetros para se encontrar água. O Brasil, que possui um dos maiores reservatórios do mundo, tem um nordeste agonizante pela seca e pela pobreza. Ao viajar para regiões onde a água é escassa, economize mais ainda.

Recicle árvores e cartões de Natal
Todos os anos, toneladas de árvores de madeira ou de plástico são jogadas no lixo, sem contar os inúmeros cartões de natal e caixas de presentes. Incorpore o espírito do natal e reaproveite tudo o que puder no ano seguinte, para que todos sempre tenham um feliz ano novo.

Não peça comida para viagem
Se você já foi até o restaurante ou à lanchonete, que tal sentar um pouco e curtir sua comida ao invés de pedir para viagem? Assim você economiza as embalagens de plástico e isopor utilizadas.

Regue as plantas à noite
Ao regar as plantas à noite ou de manhãzinha, você impede que a água se perca na evaporação, e também evita choques térmicos que podem agredir suas plantas.

Freqüente restaurantes naturais/orgânicos
Com o aumento da consciência para a preservação ambiental, uma gama enorme de restaurantes naturais, orgânicos e vegetarianos está se espalhando pelas cidades. Ainda que você não seja vegetariano, experimente os novos sabores que essa onda verde está trazendo e assim estará incentivando o mercado de produtos orgânicos, livres de agrotóxicos e menos agressivos ao meio-ambiente.

Vá de escada
Para subir até dois andares ou descer três, que tal ir de escada? Além de fazer exercício, você economiza energia. Se você vai de elevador, a boa-educação manda que você espere quem ainda está chegando, certo?

Faça sua voz ser ouvida pelos seus representantes
Use a Internet, cartas ou telefone para falar com os seus representantes em sua cidade, estado e país. Mobilize-se e certifique-se de que os seus interesses – e de todo o planeta – sejam atendidos.

Divulgue essa lista!
Envie essa lista por e-mail para seus amigos, divulgue o link do post no seu blog ou orkut, reproduza-a livremente, e, quando possível, cite a fonte. O planeta também! 

Transcrito do blog 'Dando Pitacos'


21 de abril de 2011

Câmara aprova controle das 'lan houses'

  • A Câmara dos Deputados aprovou, na última terça-feira, Projeto de Lei que regulamenta o funcionamento das lan houses. Se for sancionada, a nova lei estabelecerá que elas serão chamadas de Centros de Inclusão Digital. Os deputados aprovaram ainda a exigência de registro dos usuários, com nome e identidade de cada um que usar o serviço. O projeto vai agora para apreciação dos senadores. No caso da identificação dos usuários, há o risco de uma devassa nas informações de quem acesse a Internet, o que caracterizaria invasão de privacidade;
  • Acontece que as lan houses são uma alternativa para quem não possui computador, e ainda ganham dinheiro das pessoas que as utilizam. Para alguns, o Governo deveria disponibilizar computadores de última geração para as crianças e os jovens de todo o País, sem nada cobrar, que seriam instalados em escolas, centros comunitários e bibliotecas públicas. Hoje em dia, o próprio Governo já obriga as pessoas a se utilizarem de computadores em várias de suas ações, como é o caso da Declaração Anual do Imposto de Renda, que agora só pode ser realizada via Internet. Caberia ainda ao Poder Central facilitar a aquisição de computadores para uso pessoal;
  • A Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital (ABCDI) é de opinião que as lan houses são fundamentais para milhões de brasileiros, pois é nelas que muita gente manda mensagens eletrônicas e se conecta às redes sociais, como Orkut, Facebook e Twitter, bem como também serve para procurar emprego, ler notícias, etc. A ABCDI informa que atualmente o Brasil conta com aproximadamente 108 mil lan houses que respondem pelo acesso de 32 milhões de brasileiros. Elas são responsáveis pelo acesso de 64% dos desempregados do país. Elas também respondem pelo acesso de 66% dos usuários nas regiões Norte e Nordeste; de 79% dos acessos nas classes D e E; e de 82% dos acessos daqueles que recebem até um salário mínimo. De todos os brasileiros que se conectam à Internet, cerca de 48% o fazem através das lan houses. Na área rural, o percentual chega a 58%;
  • Se entrar em vigor, a lei terá seus lados positivos. No entanto, com um Governo cercado de gente que tem mania que querer estabelecer o controle estatal sobre tudo que diga respeito a comunicação, há o perigo desses dados dos usuários de lan houses a se cadastrarem serem utilizados para outros fins, nem sempre muito republicanos, expressão muito em voga entre os petistas. Como ninguém deve ter esquecido, os vazamentos de dados de adversários políticos servem de alerta. Haja vista o que ocorreu com amigos e familiares de José Serra, adversário de Dilma na eleição do ano passado, que tiveram seus dados fiscais usados durante a campanha, vazados por funcionários ligados ao PT.

20 de abril de 2011

Governo quer travar fiscalização do TCU

Governo não quer o TCU "atrapalhando" suas obras
Tratando-se de um partido que passou quase duas décadas querendo chegar ao Governo pregando a moralidade no poder central,o PT volta e meia demonstra ser um partido igual aos demais, adotando o lema "Farinha pouca? Meu pirão primeiro". Desde o Mensalão de 2005, quando Lula justificou dizendo tratar-se de algo que sempre se fez na pol´tica brasileira, diversos outros casos ocorreram. O mais recente foi o da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, com sua família fazendo negociatas se aproveitando da proximidade com o Governo. Erenice, como se sabe, substituiu Dilma Rousseff quando ela se desincompatibilizou para concorrer à Presidência da República;

No ano passado, Lula reclamou dos juízes eleitorais, que cumprindo a lei lhe aplicaram multas por fazer propaganda antecipada para sua candidata à sucessão. Depois, achou ruim porque o Trbunal de Contas da União (TCU) andou embargando umas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), quando foram detectadas irregularidades que iam de não cumprimento de cláusulas contratuais e superfaturamento de preços de várias obras, que estavam programadas para ser inauguradas durante a campanha de Dilma Rousseff. Ele não estava nada preocupado com a possível malversação do dinheiro público;

Agora, o Planalto incluiu na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) dispositivo que impedem a fiscalização de obras pelo TCU, dando margem para que aconteçam superfaturamento e licitações irregulares em especial nas obras destinadas à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016. Moralidade e transparência parecem não ser do interesse do Governo. Já tivemos os casos das obras para os Jogos Panamericanos de 2007 no Rio de Janeiro, quando muita coisa ainda está sendo contestada pelo TCU. Se houvesse seriedade, ao invés de abrir brechas o Governo deveria incentivar uma maior seriedade no uso do dinheiro público, como observar os preços do mercado e outros fatores da construção civil. Prefere, no entanto, que haja possibilidade de licitações fraudulentas, beneficiando empreiteIras, especialmente aquelas que fizeram generosas doações para candidatos do PT e da "base aliada";

Quanto ao povo, que "se lixe" e continue pagando os impostos mais elevados do mundo, aplaudindo o Governo para grandes obras que inaugurará.

19 de abril de 2011

Lula gastou 70,3% mais que FHC em publicidade no final do mandato


A matéria está no site da 'Folha de São Paulo' e transcrita a seguir:

Lula gastou mais que FHC com publicidade no fim do mandato

Despesas feitas pelo governo petista em 2010 foram 70% superiores às do ex-presidente tucano em 2002

Lula gastou mais de R$ 10 bilhões em oito anos, mas falta de dados sobre governo FHC impede comparações

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gastou com publicidade no ano passado, o último de seu mandato, 70,3% a mais do que seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), gastou em 2002, quando encerrou os oito anos de seu governo.

Segundo dados que devem ser divulgados hoje pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, o governo Lula consumiu R$ 1,629 bilhão em publicidade em 2010.O valor se refere aos gastos da administração direta (os ministérios) e indireta (autarquias, fundações e empresas estatais). Não há ainda informação disponível sobre o mandato de Dilma Rousseff.

No seu oitavo ano no Planalto, 2002, FHC registrou gastos com publicidade de R$956,4 milhões, em valores atualizados pelo índice de preços IGP-M. O cálculo foi feito pelo Planalto, que não divulga valores nominais, exceto para 2010.

Lula é o primeiro presidente para o qual há dados completos dos dois mandatos. A estatística oficial sobre gastos de publicidade começou a ser produzida em 1998de forma precária. A Secom divulga as informações de maneira regular desde2000.

Em oito anos no Planalto, Lula registrou um gasto total de R$ 10,304 bilhões. É o equivalente a um terço do total orçado para construir o trem-bala, projetado para o trajeto Campinas-São Paulo-Rio e com custo estimado em R$ 33,1 bilhões.

Não há como saber qual foi o gasto mensal do governo Lula no ano passado com publicidade. Essa informação não é divulgada.

Ontem,quando o site do Planalto mostrava os dados considerados só até 9 de dezembro,o gasto total no ano era de R$ 1,101 bilhão.

Agora,com a contabilidade final de 2010, sabe-se que a cifra atingiu R$ 1,629 bilhão - uma diferença de R$ 528 milhões. Mas Lula não consumiu toda essa diferença nos seus últimos 22 dias.

Há um lapso entre os comerciais serem feitos, veiculados, pagos e lançados na contabilidade oficial. Não se sabe quanto é esse tempo, pois o governo não diz.

No segundo semestre do ano passado, todos os governos estavam impedidos de fazer comerciais - exceto os de real utilidade pública - porque se tratava de um período eleitoral. O veto não atinge as empresas estatais que concorrem no mercado.

Por causa dessa liberação, as empresas do governo costumam fazer comerciais em períodos eleitorais. Em 2010, o gasto das estatais foi de R$ 1,001 bilhão -61%de tudo o que a administração federal investe em propaganda.

DADOS SECRETOS

A Folha indagou em março ao Planalto se poderia ter acesso à lista dos valores pagos a cada um dos meios de comunicação que veicularam propaganda federal. A resposta foi negativa.

"Os valores destinados a cada veículo de comunicação não são disponibilizados para preservar a estratégia de negociação de mídia promovida anualmente pela Secom com esses veículos. Desnudar esses valores contraria o interesse público, uma vez que implicará a perda de capacidade de negociação."

Nos dados divulgados, como tem sido a praxe, são revelados os valores totais investidos em cada tipo de meio. Assim, é possível saber que as TVs se mantêm como receptoras da maior parte do bolo: tiveram 61% quando Lula assumiu, em2003; foram a 64% em 2010.

Jornais, emissoras de rádio, revistas e outdoors perderam receita. Internet, cinema e mídia exterior (carro de som, mobiliário urbano e TVs em aeroportos, entre outros) ganharam espaço.

A matéria serve para confirmar o quanto os governos gastam em publicidade nem sempre com o objetivo de informar à opinião pública o que está fazendo, mas sim com o propósito de fazer culto à personalidade ou para fazer campanha eleitoral. No caso de Lula, a meta era eleger sua sucessora,como ocorreu. Na verdade, quem faz a maior propaganda de um governo é o próprio povo quando recebe um benefício que é obrigação do Executivo realizar. Além dos objetivos personalísticos e políticos, a publicidade governamental em excesso serve mesmo é para engordar os cofres dos veículos de comunicação, sem falar em possíveis "retornos" de pagamentos efetuados, tão comuns na história do País.

17 de abril de 2011

Planos de saúde remuneram mal seus médicos

Os médicos cruzaram os braços

Há poucos dias os médicos que atendem através de planos de saúde fizeram uma greve de 24 horas reivindicando aumento dos valores das consultas por serem considerados muito baixos e não acompanharem os índices de aumento das mensalidades dos clientes vinculados aos planos. Na realidade, os preços das consultas são mesmo de valores ínfimos, mas o integrante do plano não tem nada a ver com isso. Ele necessita ser atendido, e muito bem, pois paga para isso. Ocorre que os pacientes acabam não sendo atendidos da forma com deveriam ser. Em muitos casos, as consultas são muito rápidas para que o médico possa atender de preferência a um paciente que vai pagar o preço total da consulta, que em alguns casos é de até dez vezes o valor que ele recebe do plano de saúde;

Para compensar o atendimento precário que deu ao paciente, o médico acaba solicitando uma série de exames complementares e muitas vezes até desnecessários. Há quem enxergue nisso até alguma ligação ente o médico e o laboratório ou clínica que faça tais exames. Parece que é hora do Governo entrar nesse assunto, uma vez que a grande maioria dos que integram os planos de saúde serem exatamente aqueles que têm convicção de que a saúde pública não tem condições de atendê-lo de modo adequado. A prova disso está na cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CMF). cobrada durante dez anos e que não foi aplicada na saúde pública;

Eles merecem muito mais
Caberia, então, à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANSS) fazer ver aos planos de saúde que os seus médicos precisam ser melhor remunerados. Os paciente lucrariam com um melhor atendimento e os médicos os examinariam mais cuidadosamente. Os exames seriam mesmo complementgares. O que se nota hoje é que os planos de saúde estão fazendo com que o atendimento médico de suas redes credenciadas esteja chegando ao nível da saúde pública, o que não é nada bom para ninguém, pacientes e médicos. Portanto, já é hora do Governo agir, aplicando mais em saúde e usando o poder para melhorar o atendimento através dos planos de saúde.

15 de abril de 2011

Para esquecer o voto distrital

Faço questão de transcrever o artigo abaixo escrito por Márlon Reis e postado hoje com este título no site Congresso em Foco, por entender que a provável Reforma Política deva ser analisada em todos os seus ângulos, a fim de que possamos firmar opinião e tomar posição sobre as diversas propostas que serão possivelmente votadas pelo Congresso Nacional:

“O voto distrital é um sistema de seleção de poderosos, não de inclusão política dos diversos segmentos sociais”

O texto que você lerá a seguir é uma adaptação de ideias que expus em debates travados em meus perfis no Facebook e no Twitter. Peço-lhes, assim, que compreendam o tom direto das reflexões.

Tudo começou quando fiz uma postagem que dizia mais ou menos o seguinte: "o distrito eleitoral é o ambiente perfeito para o clientelismo e a corrupção". Depois dessa afirmação recebi diversas mensagens de apoio e de reprovação.

O que se vê agora é uma lista de considerações que apresentei na oportunidade, submetidas a uma edição e ampliadas. Foi da Lucrecia Anchieschi Gomes, da Policidadania e do Movimento de Combate à Corrupção (MCCE) de São Paulo a iniciativa de realizar a coletânea das minhas primeiras ponderações. A ela os meus sinceros agradecimentos.

Antes de tudo, peço-lhe que abra mão de ideias preconcebidas. Esqueça os sistemas eleitorais dos outros países e pense no Brasil como você o conhece. Compare-o com o que lerá adiante. Pense. Então decida se é isso mesmo o que você quer para o nosso país.

Imagine o seu município dividido em distritos eleitorais. Considere que serão tantos distritos quantas são as vagas em disputa para a Câmara de Vereadores. Sua cidade e a zona rural estarão recortadas em unidades políticas que incluirão diversos bairros e, às vezes, vilas e povoados. Agora responda: quem serão os eleitos em cada um desses distritos? Resposta: vencerão os poderosos locais.

Esse é o rosto desnudado do voto distrital. Nele, vence o mais forte. As Câmaras de Vereadores ficarão cheias de aliados do prefeito. Quem votará nos candidatos de oposição, que nada poderão conseguir com o prefeito, responsável pela execução do orçamento? Imaginando que ainda assim um ou outro oposicionista consiga vencer a terrível disputa contra a situação, resta imaginar quanto tempo ele resistirá antes de ceder e ingressar na situação, como forma de garantir "benefícios" para sua comunidade e assegurar sua reeleição futura.

Se um sistema não funciona bem no âmbito local, não pode servir também em esferas mais elevadas.

É preciso discutir o mito de que o voto distrital ‘aproxima o eleito dos seus eleitores”. Esse lugar-comum carrega consigo inúmeros perigos, bem conhecidos de muitos políticos tradicionais que o defendem, mas ignorados por grande número de brasileiros que vêm propondo de boa-fé a implantação, entre nós, desse sistema.

A adoção do voto distrital - ou da sua versão mais perversa, o “distritão” - teria um efeito prático inevitável: o sufocamento político das minorias e grupos de oposição.

Os partidos políticos, hoje já relegados a um plano secundário, teriam ainda mais reduzida sua pequena influência, já que nesse sistema a eleição se baseia exclusivamente na personalidade do candidato, com franco prejuízo para a construção de identidades políticas e ideologias desenvolvidas coletivamente.

Num país com uma história marcada por vínculos clientelistas, a introdução de sistemas eleitorais baseados no culto à personalidade constituiria um grave dano para a democracia, com sérias repercussões nos campos social e econômico.

O voto distrital, quando adotado em democracias recentes, não facilita o controle social dos mandatos, mas o clientelismo. Nesse modelo, os patronos assumem o comando político dos distritos. Sua reeleição, sem limites, torna-se cada vez mais simples à medida em que a oposição vai percebendo que não adianta disputar com quem detém o poder político e econômico num reduto concentrado.

O distrito é, assim, o reconhecimento oficial do reduto. Ele é o ambiente perfeito para a compra de votos, prática infelizmente comum em nosso país. Só para se ter uma ideia, quarenta e três por cento dos entrevistados em uma pesquisa realizada pelo IBOPE/AMB em 2010 afirmaram conhecer casos de políticos que compram votos. E quarenta e um por cento disseram conhecer pessoas que votaram em troca de benefícios pessoais.

Práticas políticas baseadas na outorga efetiva ou prometida de ofertas personalistas são encontradas em todos os estados brasileiros. Os agentes desse comércio são chefes políticos locais que mantêm o eleitorado sob vínculos de dependência mais ou menos sofisticados. A moeda de troca pode ser uma dentadura ou a promessa de legalização de um condomínio de luxo construído em área ilegal. Esse intercâmbio de favores é a tônica da política realizada em âmbito local.

Muitos se queixam hoje do fato de que alguns parlamentares recebem grande número de votos em um lugar onde sequer fizeram campanha. Pensam que o voto distrital seria capaz de solucionar esse problema, vinculando o eleito ao distrito. Nem para isso esse modelo serve.

A conquista de votos por candidatos sem base na comunidade, tal como ocorre hoje, é o fruto da ação de mercadores de votos (cabos eleitorais, líderes associativos, prefeitos, vereadores etc.) que atuam em redutos eleitorais determinados. A cada eleição, o "passe" desses agentes vai se tornando mais caro, expulsando dos mandatos políticos vocacionados que não aceitam essa condição. No sistema atual esses patronos locais não possuem na sua comunidade votos suficientes para serem eleitos, pois a circunscrição é todo o estado. Mas, se o país for dividido em distritos, o problema estará resolvido: esses mercadores se converterão eles mesmos em nossos deputados.

Por outro lado, deputados federais eleitos em distritos assumiriam a condição de meros despachantes de interesses locais, empenhados apenas em carrear recursos para o distrito, conferindo importância secundária aos debates estratégicos de interesse da nação. Isso faria com que o debate eleitoral se amesquinhasse, com os candidatos tentando demonstrar quem pode "trazer mais coisas de Brasília". Seriam quinhentos e treze “Vereadores Federais” na capital federal.

A lógica dos eleitores passaria a ser a seguinte: quem entre os candidatos poderá angariar mais vantagens para o distrito? Obviamente, saem na frente os políticos ligados ao governo, pois no nosso sistema constitucional é o Executivo quem dá a palavra final sobre a destinação das verbas. Votar num oposicionista é correr o risco de ver a comunidade alijada de novos investimentos públicos.

O voto distrital também tem o demérito de reduzir a política a um debate bipolar entre governistas e antigovernistas. Na votação majoritária – modelo adotado no sistema distrital – vence o que obtém mais apoios, ou seja, não há espaços para os portadores de bandeiras específicas, tais como ambientalistas, feministas e defensores dos direitos humanos. Índios, negros e mulheres veriam ainda mais reduzida a sua possibilidade de eleição, já que a votação adotada serve para verificar quem é capaz de arregimentar o maior número de votos.

O voto distrital é um sistema de seleção de poderosos, não de inclusão política dos diversos segmentos sociais.

Milhões de votos concedidos aos candidatos derrotados ficam sem nenhuma importância. É possível que a oposição fique com quarenta por cento dos votos nas eleições nacionais e que isso se converta, mesmo assim, em pouquíssimas cadeiras no Parlamento.

Agora vamos pensar em qualquer político escandaloso, daqueles que nos provocam sensações de repugnância ou indignação quando nos lembramos que estão entre os nossos dirigentes. Felizmente, são poucos. Pois bem, com o voto distrital esse nosso "herói" terá seus problemas definitivamente resolvidos. Bastará se vincular ao principal reduto eleitoral (eles os têm, em grande número), espaço onde continuará sendo eleito e reeleito com grande tranquilidade.

Outro problema para as oposições no voto distrital é o favorecimento da perseguição aos líderes oposicionistas. O distrito, para a liderança oposicionista de destaque, converte-se na sua prisão, para a qual se dirigem todas as forças políticas do governo. Todas as energias são dedicadas à derrota dos adversários mais ilustres. Considerando-se que esse esforço é empreendido por quem está no poder, pode-se imaginar o resultado.

Ainda temos que lembrar o Gerrymandering. Pode parecer algo chato, mas é até divertido. A origem desse termo se deve à observação feita por um cartunista sobre o formato adquirido por um distrito em Massachussets. De tão alterado para beneficiar o governador, Elbridge Gerry, ficou parecido com uma salamandra (salamander). O editor do jornal apelidou o distrito de Gerrymander, numa piada com o nome do governante.

Pois bem, quando fui ouvido pela Comissão Especial da Câmara que trata da Reforma Política, um deputado me perguntou: se for aprovado o voto distrital, quem definirá como serão desenhados os distritos? Respondi: "a maioria". Isso mesmo. Quem diz onde fica cada distrito é quem tem maioria suficiente para isso no Congresso. Acontece que a área de abrangência do distrito pode definir a sorte ou o azar dos candidatos. Um simples bairro a mais incluído em um distrito pode mudar o resultado do pleito. Se um distrito abrange duas cidades, o eleito pode ser um; mas se for incluído um terceiro município, a eleição pode terminar de forma bem diferente. Pergunto: você acha que os distritos terão seus desenhos definidos de forma neutra?

Fico muito admirado quando vejo oposicionistas aceitando a idéia do voto distrital. Esse modelo foi adotado no Brasil desde os tempos de colônia até a República Velha, tendo sido abolido justamente por inviabilizar a presença da oposição no Parlamento em níveis aceitáveis. O voto proporcional foi adotado como forma de assegurar a participação das minorias. É uma conquista histórica da qual não podemos abrir mão.

Enfim, existem muitos outros motivos para que você esqueça o voto distrital, mesmo na sua forma envergonhada, o voto distrital misto, que é uma maneira de entregar "apenas" metade das cadeiras parlamentares aos patronos e caciques locais.

Pense nisso: é isso o que você realmente quer para o Brasil?

Márlon Reis é Juiz de Direito no Maranhão, membro do Comitê Nacional do "Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral - MCCE", um dos redatores da minuta da Lei da Ficha Limpa, coordenador e professor em cursos de pós-graduação, palestrante e conferencista.

14 de abril de 2011

Mais uma prova da inutilidade do Senado

A informação está no site do jornalista Claudio Humberto e demonstra mais uma vez a inutilidade do Senado, onde um presidente eterno se utiliza de atitudes próprias dos "coronéis" do passado, onde uma "carteirada" vale tanto quanto uma lei:

Aspones de senadores ocupam espaço em comitê para atrapalhar jornalistas

O Senado inventou uma maneira de atrapalhar o trabalho dos jornalistas que fazem a cobertura de fatos e malfeitorias dos senadores: aspones de parlamentares ocupam os lugares no Comitê de Imprensa, dificultando o trabalho dos jornalistas no acompanhamento das sessões. O presidente do Comitê, jornalista Fabio Marçal, informou haver se queixado diretamente ao presidente do Senado, José Sarney, e a seu assessor Fernando Cesar Mesquita, responsável pela área, mas foi inútil: fizeram ouvidos de mercador. David Ermelich, assessor do Senado, no entanto, informou que Sarney teria recomendado a Mesquita o atendimento à solicitação do presidente do Comitê de Imprensa. Após a publicação da notícia neste site, Ermelich mudou sua resposta. Afirmou haver consultado as reivindicações do Comitê de Imprensa e que nelas não há referência ao espaço subtraído dos jornalistas. Disse ainda que o próprio Comitê tem "autoridade" para solicitar que os assessores sejam retirados do local. A Polícia Legislativa informou ao Comitê que ao serem solicitados a se retirar do espaço, os aspones dão carteirada, desafiando os agentes a procurarem os respectivos senadores. A assessoria do Senado ainda ameaçou este site com publicação de nota, em seu portal, para "desmentir" a notícia. Fábio Marçal explicou que os aspones são facilmente identificáveis pelos crachás de cor amarela. E exemplificou a dificuldade: nem mesmo a jornalista Gabriela Guerreiro, da Folha de S. Paulo, que está grávida, conseguiu se sentar porque todos os lugares estavam tomados por aspones. Aspones e mal-educados.

Por causa de fatos como este é que a pergunta sempre se repete: PARA QUE SERVE O SENADO?

PSD é um novo partido ou um ninho de adesistas?

Kassab vibra com seu novo PSD
Após as eleições de 2006, dos novos 513 deputados federais eleitos, mais de 100 trocaram de partido antes da própria posse, bandeando-se para partidos da "base aliada" de apoio ao presidente Lula, reeleito naquela oportunidade para mais um mandato. Agora, muitos querem a tal de "lista fechada" para que o eleitor não vote mais em alguém mas sim num partido. Muitos dos milhões de elitores dos deputados federais adesistas talvez tenham votado neles exatamente por se identificarem com o programa do partido pelo qual concorriam. Poucos, é claro. Já outros votaram nos federais que estavam inscritos por legendas partidárias que seriam de oposição ao Governo. Todos foram traídos pelos deputados do tipo "fita Durex", totalmente aderentes;

Eis que surge agora o prefeito Gilberto Kassab, de São Paulo, alçado de repente à condição de líder nacional criando o Partido Social Democrático (PSD), nome e sigla de partido histórico do Brasil recente, onde pontificava o nome de Juscelino Kubitschek, considerado por muitos um dos maiores presidentes que o Brasil já teve, o construtor de Brasília, cidade considerada como Patrimônio da Humanidade. Teve um marqueteiro maluco, metido a guru, que induziu Kassab a adotar o nome político de Jilberto Kassab e consequentemente o apelido de JK, como era conhecido o antigo presidente;

O partido de Kassab surge com a adesão de nada menos 32 deputados federais, dois senadores, cinco vice-governadores, além de deputados estaduais, prefeitos e vereadores. Entre os deputados federais, 11 são do DEM; 6, do PP; 3, do PPS; 3, do PMN, e os demais de vários partidos. Apenas um do PMDB aderiu ao PSD, mas o partido já é governista. O prefeito Kassab foi enfático quando lançou a ideia da criação do novo partifo, deixando bem claro que não seria um partido de oposição, mas sim de apoio ao Governo Dilma, sempre "no interesse da nação". Esse mesmo "interesse" serviu de justificativa para que inúmeros familiares de Lula recebessem passaporte diplomático ilegal nos últimos dias do governo passado;

O que se aguarda é a confirmação de que o PSD foi criado servir de trampolim para uma futura fusão com um dos partidos da "base aliada", burlando a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre fidelidade partidária, que pune com a perda do mandato quem troque de partido, a não ser em caso de adesão a uma nova agremiação partidária, ou no caso de fusão entre duas ou mais siglas. Dizem que o PP é que seria a base desse trampolim adesista. Seja lá o que for, o novo PSD é mais uma prova de que a grande maioria dos políticos não sabe viver longe de quem tem a caneta que nomeia e a que assina cheques relativos aos grande orçamentos de ministérios e seus órgãos subordinados e das estatais;

Coo sempre diz o jornalista Boris Casoy, "Isto é uma vergonha"!

13 de abril de 2011

Um segundo turno para brincar com a dor

Senador Demóstenes Torres
À tragédia que tanto sofrimento e comoção provocou no Brasil, o Ministério da Justiça reagiu propondo desarmar a população e já começa a campanha. No entender do governo, se o MJ tivesse tomado igual medida há um mês, o assassino Wellington Menezes teria ido a um posto de arrecadação do Realengo e entrado na fila para entregar seu 38 com a numeração raspada e o 32 produto de roubo. Outros bandidos, País a fora, lotariam sedes de entidades, delegacias e quartéis para passar de suas mãos leves para os braços da lei o arsenal que amedronta até a polícia.

Apesar de atrasado, o governo federal parte em busca do tempo perdido e conta com o apoio da população para levar espingardas e revólveres. A moda pegou. O governo paulista faz a semana da troca de espadas de plástico por gibis e o Congresso Nacional idealiza o segundo turno do plebiscito do desarmamento, seis anos depois de o eleitor decidir que quer desarmar os criminosos, não o cidadão de bem. Em sua pureza, essas autoridades esperam que PCC, Comando Vermelho e congêneres declarem moratória unilateral e deponham metralhadoras, fuzis, lança-mísseis, granadas.

Sendo otimistas, ingênuos, imaginemos que o governo realmente acredita que sociopatas, psicopatas, assassinos em série e outros sinônimos de monstro se apiedem das futuras vítimas. Antes da barbárie, os desumanos colaborariam com a segurança depositando abaixo de um logotipo de ONG as armas que os catapultariam dos recônditos para as manchetes. É de um surrealismo de tal forma gritante que parece conversa do coelhinho da Páscoa com a Velhinha de Taubaté.

Na tragédia carioca, as duas armas passaram por diversas campanhas e continuaram em poder do crime, uma delas havia quase duas décadas. Bondosos, os proprietários das demais vão sair das bocas-de-fumo, finalmente arrependidos, e doá-las ao governo só porque o ministro quer. Esplanada brinca com a dor, ONG se diverte com os números: seriam 16 milhões de armas no Brasil, 14 milhões sob domínio de civis, mais da metade delas com bandidos. Como chegou a esses dados? Na terra de Rivelino e Anderson Silva, é fácil convencer com chutes.

Fecha-se o ciclo. A falta de políticas governamentais se une à ausência de dados no terceiro setor, acobertadas pela leniência integrante da anestesia nos quatro pontos cardeais. De Norte a Sul, recolhem-se corpos pelas ruas, em cidades de todos os portes. De Leste a Oeste, as drogas retiram os jovens do futuro e os atiram na sarjeta. O tambor que produz o cadáver e a cocaína da qual se faz o crack entram no Brasil pelas fronteiras que a inação mantém abertas para as diversas modalidades de tráfico. Infelizmente, esse horror começa a fazer palestra em sala de aula.

Psicopatas, latrocidas e traficantes talvez rejeitem o pedido e não entrem na fila para depor o arsenal, mas têm todos os motivos para esperar pacientemente na seção e votar “sim” ao desarmamento. A Suíça, violentíssima e paupérrima, em plebiscito dois meses atrás, derrotou com 60% dos votos a proposta de desarmar a população. História semelhante à que ocorreu num país tropical riquíssimo e tranquilo.

O autor é Procurador de Justiça e senador (DEM/GO) e este seu artigo foi transcrito do Blog de Ricardo Noblat